Reconstrucionismo Helênico no Brasil (RHB)
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Poseidon

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Mensagem  Thiago Oliveira Sáb Fev 09, 2008 11:39 am

Poseidon
que reinas nas profundezas do mar infrutífero
ao lado de Anfitrite, tua esposa e consorte
e quem raptastes às margens do lago.
óh, Poseidon, nas profundezas do mar onde reinas absoluto
eu te peço que cubra meu corpo
com o salgar das águas que é vosso manto
e me protege das tempestades
neste barco que é a vida.
Que na minha mesa não falte o peixe que é vosso símbolo
e a caba dia eu me lembrarei de ti
e de teu tridente balançando as profundezas da terra.
Oh, deus escondido nas algas salgadas
faz-me grande perante os obstáculos
e sempre que eles se mostrarem maiores que eu
faz-me forte , e derruba-os ao meu lado
com teu tridente empunhado.
Graça à ti, òh, Poseidon,
nas profundezas infrutíferas do mar
e nas alturas gloriosas do Olimpo.

- Thiago Oliveira
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Mensagem  Alexandra Sáb Jun 27, 2009 3:04 am

"Eu te saúdo, Poseidon,
que habita sob as ondas,
amante de toda vida oceânica,
protetor daqueles que velejam pelo mar.
Tua barba é como o musgo que se agarra às pedras no litoral,
e teus olhos são como piscinas prateadas, calmos e cheios de segredos insondáveis.
Tu sacodes a terra em tua ira,
e envias teus ferozes cavalos brancos para pisotear nossos portos em meio às ondas que se erguem.
Grande é teu poder,
pois tu estás em igualdade com o senhor das alturas olimpianas
e com aquele que recebe muitos convidados abaixo da terra.
Sábio são aqueles que te honram,
ó manejador do tridente,
pois quando és favorável aos homens,
compartilhas tua riqueza generosa e livremente conosco,
e garantes que nenhuma força externa possa nos atacar do mar.
Aceite esta minha canção, Poseidon, e me lembrarei de ti com muitas mais."

(do Sannion, traduzido por mim)
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Poseidon Empty Poseidon ( conto de Kafka)

Mensagem  Thiago Oliveira Dom Set 27, 2009 9:11 pm

Sentado à sua escrivaninha, Posêidon fazia contas. A administração dos oceanos dava-lhe infindável trabalho. Poderia ter tantos auxiliares quantos quisesse e, aliás, tinha muitos, mas, como levasse seu cargo muito a sério, refazia todas as contas, de modo que os auxiliares lhe eram de pouca valia. Não se pode dizer que o trabalho o alegrasse; executava-o, na verdade, apenas porque lhe fora imposto, e tinha mesmo se candidatado diversas vezes a trabalho mais prazeroso — como dizia —, mas, então, sempre que lhe faziam sugestões diversas, verificava-se que nada lhe agradava tanto quanto o cargo que ocupava. Era, de resto, bastante difícil encontrar para ele alguma outra coisa. Afinal, não se podia destinar-lhe, por exemplo, um mar específico: à parte o fato de isso não tornar o trabalho nos cálculos mais fácil, mas apenas menor, o grande Posêidon não podia jamais receber senão um posto de comando absoluto. E, se lhe ofereciam uma posição fora dos oceanos, sentia-se mal só de imaginar, sua respiração divina desordenava-se, a brônzea caixa toráxica punha-se a arfar. De resto, suas queixas não eram de fato levadas a sério; quando um potentado atormenta, há que se tratar de aparentar condescendência, mesmo na mais desesperançada das situações; em realmente destituir Posêidon de seu cargo, ninguém pensava, afinal ele fora destinado desde o princípio dos princípios a ser o deus dos mares, e assim deveria permanecer.
Irritava-o sobretudo — e esta era a causa principal de sua insatisfação com o cargo — ouvir a idéia que faziam dele, quando diziam, por exemplo, que vivia passeando pelas ondas com seu tridente. E, no entanto, permanecia sentado ali, nas profundezas do oceano, fazendo contas sem parar, uma ou outra visita a Júpiter constituindo a única interrupção da monotonia, uma viagem, aliás, da qual, na maioria das vezes, retornava furioso. Assim sendo, pouco ou nada havia visto dos mares, a não ser de forma fugaz, na apressada subida ao Olimpo, mas jamais os tinha percorrido de fato. Costumava dizer que, para tanto, esperaria até o fim do mundo, quando, então, por certo haveria ainda um momento de tranqüilidade, no qual, a um instante do fim, e reexaminadas as últimas contas, poderia dar uma rápida voltinha.

Original alemão extraído de Franz Kafka. Zur Frage der Gesetze und andere Schriften aus dem Nachlaß (in der Fassung der Handschrift), Frankfurt am Main, Fischer Taschenbuch Verlag (12447), November 1994, S. 130-131.

Tradução inédita de Sérgio Tellaroli
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Mensagem  Alexandra Seg Set 28, 2009 1:25 pm

Engraçadinho o conto! ^^ Só que mistura grego Poseidon com Jupiter romano, rsrsrs.
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Mensagem  Thiago Oliveira Seg Set 28, 2009 1:53 pm

É, tem gente que já parece um liquidificador com cola pra sair misturando tudo.. tinha outro conto dele sobre as Sereias, mas não gostei muito.
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